sábado, 18 de junho de 2011

O ato e a palavra

Não está na palavra, apenas, o bem e o mal, mas no uso que dela se faça. O bem ou o mal estão na índole de quem a usa, na sua intenção e intensidade.
A força da vontade, a técnica ou a intenção de quem usa pode mudar uma situação para seu oposto.
A verdade ou o respeito com que se a use representa uma mudança na vida de uma pessoa, mas sem a prejudicar.
A lógica usada na dedução não muda o que alguém possa ser ou sentir, mas a sua concepção de uma realidade existente. Pode mudar o seu modo de encarar uma situação que somente desconhecia. Pode descobrir que já tem o que vivia a buscar.
A palavra, fora de sua significação, coisa ou situação não possui um valor absoluto.
A palavra foi criada para definir atos, nomear coisas e circunstâncias. O ato não é criado para dar valor à palavra.
Não existe a palavra divina. Existem coisas divinas. A palavra é a criação do homem.
Não há ato mentiroso. Todo ato é real. A palavra só será real se definir o ato.
Se criarmos uma coisa ou realizarmos um ato, ele será real, errado ou não.
Se criarmos uma palavra. Se não vier significando ou definindo uma coisa ou ato, não terá o mínimo valor.
Há pessoas que renegam uma verdade ou uma lógica objetiva por conta de uma simples leitura de quem julgam pessoas idôneas. Lêem um “filósofo” conceituado e se julgam como tais.
-Como se poderia aceitar uma tese antiga, apenas uma palavra, uma opinião, relegando um ato real? Uma coisa palpável ou uma lógica objetiva?
Pode uma pessoa no afã de uma conquista pessoal executar um ato condizente e agradável aos olhos de quem queira agradar. Este ato será real, mas a sua continuidade, a sua realidade estará somente contida na palavra.
Somente a capacidade do discernimento nos dirá o que pode ser real ou fantasioso ou ainda um ato isolado usado para impressionar.
A palavra usada pelo homem atual nem sempre define uma realidade palpável, mas sua idéia ou conceito se se adapta ao seu gosto.
Um certo profissional, estudioso ou filósofo que escreve um livro, baseia-se nos seu conhecimentos ou nos que pensa ter. Nada impede que sejam somente fantasias.
Quem lê, se julga como quem escreve. Lê e ouve sobre filosofia e se outorga o título.
Filosofia não é o conhecimento, a fantasia ou a projeção de um pensamento. Filosofia é a busca de um conhecimento real, comprovado. De um reconhecimento. Do discernimento das informações devidamente relacionadas a atos vividos ou presenciados.
O ato presenciado precisa da palavra para ser identificado, diferenciado e divulgado. A palavra precisa do ato para ser real.
O ato sem a palavra ainda assim é real. Palavra sem o ato não possui validade. Será no máximo algo duvidoso.
A palavra, somente, não é a verdade absoluta. É apenas um conceito. O ato é real e se tiver verdade esta será absoluta.

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